Transcrito do Blog do Ricardo Noblat
Meu Deus do céu, que coisa feia.
Não dá para entender a posição da presidente Dilma sobre a roubalheira detectada e revelada por VEJA no Ministério dos Transportes.
De um lado, a presidente realiza uma faxina no Ministério onde havia sido montado um esquema de cobrança de propinas para rechear os cofres do PR, o Partido da República, legenda pouquíssima republicana, como se constatou.
Mandou para casa o ministro Alfredo Nascimento, senador pelo PR do Amazonas — o que apareceu, naturalmente, como um pedido “espontâneo” de Nascimento para sair.
Depois, foi um contínuo decepar de cabeças que incluiu o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) e outros setores, de forma que duas dezenas de possíveis implicados rumaram para casa.
Quando, porém, a oposição, minoritária no Senado, conseguiu aos trancos e barrancos o número mínimo de assinaturas para montar uma CPI que investigasse a ladroagem, a presidente, de repente, não pareceu mais interessada em esclarecer as falcatruas.
Fez de tudo para derrubar a CPI e, soube-se depois, foi a responsável pela vergonhosa atitude do senador João Durval (PDT-BA), o primeiro dos dois senadores a retirar a assinatura que havia aposto ao requerimento do senador Álvaro Dias (PR), líder do PSDB, em prol da formação da comissão de investigação.
(O segundo senador a adotar a mesma atitude pusilânime foi Reditário Cassol (PP-RO), suplente (e pai, graças à legislação eleitoral imoral que temos) do titular Ivo Cassol.
Dilma, abandonando a atitude que supostamente vinha mantendo até agora, de permanecer à distância do balcão de trocas da política pequena, mesquinha tão usual em Brasília, dobrou o senador João Durval prometendo a ele o apoio do governo à pretensão de fazer do filho, deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA), ministro do Tribunal de Contas da União. Toma lá, dá cá. Retomou as práticas de rés-do-chão do lulalato.
Se a presidente queria uma “faxina” na bandalheira dos Transportes, por que foi contra a CPI, afinal?
O que é que seu governo tem a temer?
Pelo visto, muito — muitíssimo.
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