sexta-feira, 10 de junho de 2011

As telecomunicações cubanas

Para demonstrar o sistema socialista de comunicações, transcrevo aqui o depoimento da jornalista Ana Carolina Boccardo Alves publicado no Blog do Ricardo Noblat

  
Este é um exemplo claro de como eram as comunicações no Brasil antes das privatizações e como seriam hoje se as mesmas continuassem nas mãos do estado como é o sonho do PT.

Infelizmente os lulopetistas não pensam quando defendem a estatização. 
Os leitores podem imaginar como estaríamos melhor na distribuição de conbustíveis caso a Petrobrás fosse prizatizada.

O governo não tem competência para gerir empresas e o que deve fazer, ou seja cuidar do bem estar social da população o faz mal e porcamente.

Mas vamos ao artigo de Ana Carolina.


Descrever as telecomunicações em Cuba é mais ou menos como descrever o Brasil antes da privatização das teles, só que pior. Assunto que me deixa frustrada com a imensa quantia de dinheiro que gasto.


Em primeiro lugar, é importante explicar que é uma única empresa estatal para todos os serviços: telefonia fixa, celular e Internet.


Comecemos pela telefonia fixa. Boa parte das casas já tem telefone, se considerarmos a cidade de Havana e não os arredores. Mas muitos desses telefones ainda são extensões, compartilhadas com vizinhos.


Para pedir uma linha, você tem que esperar que, dentro do plano de expansão, elas sejam disponibilizadas na sua região (o que é imprevisível). Depois, você tem que inscrever seu interesse pela linha. A empresa de telefonia é quem decide, entre os inscritos e as linhas disponíveis, quem vai ser eleito.


O critério oficial é o histórico, ou seja, onde trabalham ou estudam os moradores da casa e qual a contribuição social dos mesmos.


As contas de telefone são em pesos cubanos, mas não as ligações internacionais, que custam de 2,45 a 5,85 dólares por minuto dependendo do país.


A telefonia celular acabou criando um fenômeno único. Até pouco tempo os cubanos não podiam ter celulares. Os únicos disponíveis eram corporativos. Quando foram liberados, se tornaram uma febre entre os jovens. Só que, como as contas são todas em CUC (equivalente ao dólar), aqui o celular é utilizado como pager. Você liga para alguém para indicar que quer falar com ele. A pessoa, sem atender, identifica seu número e te liga de qualquer telefone fixo próximo. Atender só em casos de emergência.


Isso é explicável quando se analisam as tarifas: 0,45 CUC por minuto tanto para fazer quanto para receber ligações (se não tem crédito, não recebe) e 0,16 CUC para enviar mensagem. Todos os meses, é necessário recarregar com 5 CUC.


Finalmente, meu maior martírio: a Internet. Cubanos não podem ter Internet em casa, a não ser quando autorizados em caso de trabalho (jornalistas oficiais, ministros e altos escalões). Estrangeiros podem contratar Internet desde que tenham visto de residência permanente, que não é o meu caso.


Assim como o celular, recentemente o uso de Internet (extremamente lenta) também foi liberado para cubanos em hotéis, pelo módico preço de 10 CUC a hora, o mesmo que pagam os turistas.


Como resultado, sou obrigada a me conectar só uma vez por semana, quando me atualizo das novidades do Brasil e do mundo, escrevo para minha família e amigos e envio a carta semanal a vocês, caros leitores.

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