A Visão do Leitor

ABSURDO

Dona Geraldina é uma empregada doméstica que trabalha há 22 anos para uma mesma família. 

 

Religiosamente, três vezes por semana, ela repete a mesma lida - lava, passa e faz faxina - e, no final do mês, recebe um salário-mínimo pelo seu trabalho. 

 

Há alguns meses, os patrões dela compraram dois cães e dois gatos e ambos compartilham o mesmo teto, como uma família. 

 

Um fato chamou minha atenção. 

 

Ao adquirir os animais, os patrões de dona Geraldina trataram logo de fazer um plano de saúde para os caninos e felinos, com direito à internação, cirurgias, exames e acompanhamento nutricional. 

 

Os bichinhos gozam de uma ampla cobertura fornecida pelo plano de saúde. Já dona Geraldina é cliente assídua do SUS, pois seus vencimentos não a condicionam a adquirir um plano de saúde. 

 

Essa é a história profissional de minha mãe, mas se confunde com a de muitas mulheres. Empregadas domésticas são muito pouco valorizadas no Brasil. Existem algumas leis em favor da categoria, mas o maior benefício para elas é a valorização dos seus serviços e das pessoas em si,por parte dos patrões. 

 

Não tenho nada contra planos de saúde para animais, mas alguém que dedica-se a cuidar do patrimônio e da família merece algo mais do que um solitário salário mínimo no final do mês. 

Cláudio Luciano
por e-mail

Fonte: Supernotícia 

E o pior, Cláudio, é que sua mãe paga 38% de imposto sobre tudo o que consome. 

 

Infelizmente o governo não está nem um pingo preocupado com o bem estar da população mais necessitada. Cobra impostos altíssimos e em toca dá migalhas.

Os patrões de D. Geraldina agem da mesma forma. Dão mais valor aos animais do que a  uma pessoas que lhes presta bons serviços há anos e não recebe tratamento digno de nosso governo corrupto e demagogo.