Eu diria, Laguardia, que o pouco que o Brasil ainda avança hoje, o faz apesar do Lula e não por causa dele.
Há oito anos, o atual governo herdou de FHC uma estrutura sócio-econômica prontinha para que se desse um grande salto, apesar da insanidade dos petralhas em chamar o belo presente de “herança maldita” ou acusar uma inflação galopante inexistente, como vociferou O Poste recentemente.
E o que fez Lula, tomado por desvarios populistas e deslumbramentos com o poder, além de ter conseguido a proeza de piorar o que ainda era ruim e estragar o que era bom?
Meirelles no BC é apenas um motorneiro de bonde que não sai dos trilhos do Plano Real nem por decreto. É um seguidor ultra-ortodoxo das teorias econômicas do governo anterior, as quais não mudou uma vírgula. Acontece que a fila andou e Meirelles não viu ou não quis ver, até porque a sua situação de ministro da Fazenda dos bastidores não lhe permite atropelar Mantega, o fantoche que é o ministro pró-forma. Oito anos se passaram e muita coisa mudou no mundo - na economia principalmente - e como tudo, o Plano Real já precisa de uns ajustes faz tempo, aliás, à época, já previstos por Pedro Malan.
Alie-se a isso um Legislativo totalmente inoperante e incapaz de legislar sobre determinadas matérias, por ignorância coletiva e falta de vontade política, o que faz com que as leis econômicas, trabalhistas e tributárias sigam cada vez mais anacrônicas. O resultado disso é uma capacidade de progresso cada vez mais limitada, o que já nos levou, neste ano, a voltarmos a exportar mais matéria prima do que manufaturados, uma regressão nada desejável e nem compatível com o nosso potencial.
Estas são apenas as causas mais básicas do caos que nos aguarda. E se levarmos em conta as centenas de milhares de nomeações para cargos públicos, os déficits nas previdências, os superfaturamentos do PAC, entre outros, não vamos ter que esperar muito
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