sábado, 7 de maio de 2011

Charles Fabiano da Silva - Um herói esquecido

No final de 1988, durante  uma operação militar para a desocupação da Usina da Volta Redonda, tomada por operários em greve, três operários perderam a vida.

Um monumento foi erigido em sua homenagem em Volta Redonda. Este monumento foi destruído horas de pois de sua inauguração por um atentado terrorista. 

O Brasil passava por período de campanha eleitoral para a primeira eleição direta para presidente de pois de muitos anos. Luiz Inácio Lula da Silva se candidatava pela primeira vez a presidência da república.

No dia 25 de Maio de 1989 o soldado do exército Charles Fabiano da Silva e um outro soldado trabalhavam com sentinelas na cidade de Volta Redonda. Charles era de Barra Mansa.

O dia 25 de maio não era o dia para Charles estar de serviço. Ele estava escalado para o sábado. Desejoso de ir ver a namorada no fim de semana, trocou a escala de serviço com um outro soldado.

Durante a noite Charles Fabiano e seu colega foram atacados por homens armados que pretendiam roubar suas armas. O colega de Charles abandonou sua arma e seu posto.

Charles não. Imbuído de seu dever e de sua honra lutou bravamente para preservar seu posto e seu armamento. Recebeu uma rajada de nove tiros, vindo a falecer durante a madrugada.

Um militar morto no cumprimento de seu dever. Hoje esquecido. Existe um monumento para operários que morreram lutando contra autoridades que buscavam fazer cumprir as leis e a constituição do Brasil.

Não existe nenhum monumento para Charles Fabiano Silva, morto covardemente, defendendo a lei e a ordem no Brasil.

Que país é este que homenageia aqueles que desafiam a lei e ignoram aqueles que cumprem o seu dever?

Nossa homenagem a mais este herói brasileiro que deu sua vida pela pátria e não tem o reconhecimento merecido de seus concidadãos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Saudações.
O Sd. Fabiano não está tão esquecido assim.
Fui seu comandante, e sei as condições em que morreu.
No meu pelotão, o Fabiano ocupava a função de cabo cerra-fila, tendo em vista que havia concluído com mérito o curso e aguardava a promoção a cabo do núcleo base.
Na noite em que foi assassinado, o serviço de sentinela à vila dos sargentos era feito em dupla, um antigo e um recruta.
A dupla foi abordada, o recruta se assustou e entregou o fuzil, o Fabiano não entregou o dele, mas também não atirou,( talvez estivesse incrédulo ou temesse matar todos os ocupantes do fiat uno), ato continuo recebeu mais de vinte tiros, e mesmo assim não entregou o seu fuzil. A quadrilha fugiu, e o Cabo fabiano morreu no hospital.
Entrou para a história pela porta dos fundos, como se fosse mais uma vítima de um crime comum, porém, em nossas mentes e corações sabemos que foi um mártir da democracia.
Queira Deus que um dia o Cabo Fabiano seja homenageado por seu merecido valor.
Foi um bravo soldado.