terça-feira, 31 de março de 2009

31 de Março de 1964

Vivi esta época. Jovem, saindo do segundo grau para a Universidade.

Era uma época de guerra. Guerra do Vietnam onde milhares de pessoas estavam morrendo de ambos os lados.

Uma época que em Cuba, qualquer palavra contra o governo de Castro Significava o Paredon, a morte por manifestar qualquer opinião contra a barbárie.

Anos antes haviamos presenciado o massacre da Hungria que lutava por liberdade, por tanques russos. Depois veio a Polonia.

Na Alemanha, dividida pelo Muro da Vergonha, qualquer tentativa de fuga era morte certa para os que tentavam alcançar a liberdade e não tinham sucesso.

A guerra fria também nos contaminou no Brasil. As ligas camponesas de Francisco Julião eram o MST de hoje. Diversas outras organizações trabalhavam pela implantação do Socialismo Soviético no Brasil.

Não podemos olhar aquela época com os olhos de hoje. A realidade era totalmente diferente.

Na faculdade o patrulhamento ideológico existiu durante todo o regime militar, e até mesmo antes deste. Qualquer estudante que se manifestasse contra a UNE era punido pelos integrantes daquela organização.

Houve erros e excessos.

Não podemos no entanto condenar somente as Forças Armadas Brasileiras como culpadas pelos excessos. Não podemos nos esquecer de que muitos inocentes morreram vítimas dos atentados terroristas da esquerda.

Hoje as vítimas do governo da época são compensados e exaltadas. As vítimas dos terroristas de esquerda estão esquecidas.

Quem lutava contra os esquerdistas, apesar de estar lutando ao lado de um regime de excessão, lutava por um ideal de democracia e liberdade. Lutava por um Brasil onde reinasse, mais cedo ou mais tarde, uma verdadeira democracia.

O foco e o ideal da esquerda naquela época era o regime Cubano, Soviético, Socialista.

O foco dos que apoiavam os militares era a democracia e a liberdade.

Não havia neutralidade. Ou se era pró Socialista ou Pró Democracia. Infelizmente hoje no Brasil e na América do Sul se tenta voltar aos dias sombrios dos anos 60, na tentativa de se implantar aqui um novo Socialismo a la Fidel Castro, onde nossas liberdades e nossa democracia são mais uma vez ameaçados.

Mas hoje sabemos que nossa luta deverá ser no campo da educação e das ideias. Por isto a lei deve ser imposta para os que tentam, através da força, subjugar a nação. Movimentos como o MST devem ser contidos para que nosso país não se envolva em uma guerra civil.

O que é certo é que não aceitaremos nunca um regime Socialista Cubano em nossa pátria.

4 comentários:

Sergio Bianchi disse...

Laguardia, meu bom amigo:

Lisonjeado por tamanha honraria...

Em 1964 eu tinha apenas 7 anos..
Tinha apenas amor às brincadeiras...
Só acreditava em pipas e bolas de gude...
Não acreditava no “mal”...
Tenho vivo ainda na memória, meu pai um engenheiro mecânico, classe média, essa que sempre é chamada a contribuir com a nação, me levando orgulhoso para ver os tanques na Candelária, Rio de Janeiro...
Era a “Redentora”.
Que os mais “libertos” não me venham falar de democracia...
Nunca viveram sob jugo de coisa nenhuma...
Viveram do dinheiro do papai, tropeçando entre um “baseado” e outro...
Outros dispensavam o “baseado”... Poucos é bem verdade!
Os menos favorecidos viam no “mundo novo” que se abria, uma possibilidade de encostarem-se no modelo de poder proposto pelo “Komintern”...
Só que nunca como proletários autênticos!...
Niemeyer, bom Arquiteto e renomado Comunista, não necessariamente nessa ordem, que o diga..
Mas eu só tinha 7 anos em 64.
Ainda acredito em pipas e em bolas de gude...
Não posso dizer o mesmo dos que hoje fumam, cheiram e bebem a dignidade e a ética do MEU país.
Esses filhos da pauta desejam que nós, povo, os vejamos como “libertários”...
Mas nós, o povo, estamos felizes...
Afinal...
Era só uma “marolinha”...
O MST sendo treinado pelas FARC é delírio da direita...
Bolsa isso, bolsa aquilo...
Tudo “viajem”, companheiro!...
Mas fazer o que, né?...
Enquanto eles faziam a “revolução” ética, nós comprávamos o pacote!
E hoje não somos capazes de traçar uma linha divisória entre o que é certo e o que é errado.
Seu filho, seu neto, tá lá...
Sendo doutrinado de modo subliminar..
Naquela universidade cara que você paga...
O meu também...
Só que agora, mesmo ainda acreditando em pipas e em bolas de gude...
Eu, “branco de olhos azuis”, em que pese fazer parte de uma raça que quebrou à economia do planeta, terei, enfim, minha raça reconhecida.
Sou merda, mas sou branco!
Deve ser assim, não é presiMente?
Nos medimos por nossas cores?
Por nossos supostos recursos?
Chamar Vossa Excelência de “escroto” é desmerecer “canal” tão importante para existência da vida.

Unknown disse...

Esta époco vivi e jamais esquecerei. Tinha apenas dezesseis anos, mas já era casada e tinha uma filha. Meu marido que era da ala esquerda, teve que se esconder, meu cunhado, cuja esposa fugiu com Francisco Juliãopara o México, foi preso e torturado, assim como outros membros da família. Tudoé muito vago, pois além de muito jovem, eu não tinha consciência da gravidade da situação. Participei inocentemente. Queimei livros, tive durante 2 anos um guarda à minha porta , no apartamento onde morava, mas eu não entendia o porque, achava que ele estava me protejendo a mando do meu marido. Tudo engano.
Hoje vivemos numa ditadura também. A ditadura do tráfico. Não sei se o Presidente se encaminha para algum outro erro, só sei que ninguém presta atenção nisso. Quem manda no Brasil é o narcotráfico.
E esta ditadura, que da minha janela assisto dodos os dias a guerra confrontada e armada, não desejo para meus netos.

Muito bom o texto e espero que haja presença, uma vez que coloquei seu Blog com "snipet" em destaque dentro do meu blog.
Mas as pessoas tem medo ainda. Tem saudades da ditadura que gerou exílios, músicas bonitas, vítimas "injustiçadas", mas hoje recompensadas. Tem saudades ou um outro sentimento que desconheço nome.

Bem assim vivi e não gostei.

Um forte abraço

Mirze

Fusca disse...

Eu era estudante e sempre fui contra a ditadura. Meu (na época) futuro sogro dizia para não esquentar, cada um fazendo seu trabalho seria melhor para todos. Hoje sempre penso em suas palavras, e vejo a situação pior do que nos anos de chumbo de Médici, que também tinha 84% de Ibope e o mesmo ufanismo, mesma censura (só que declarada, aberta), o mesmo patrulhamento ideológico, perseguição e desaparecimentos (só que não tinha ou não houve o 'sumiço'de seu caixa 2). O mesmo Delfim juntinho, o mesmo domínio da máquina, aparelhamento, propaganda (com menos verba) ufanista e mentirosa, o mesmo disco dos anos setenta sendo repetido no século 21.
Abaixo a DITALULLA!

Damasio Soares disse...

Homenagem aos mártires


http://strictaobservantia.blogspot.com/2009/03/31-de-marco-dia-da-integracao-nacional.html


Deus nos abençoe!