segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Brasileiros são tratados como hospedes indesejáveis na embaixada do Brasil


Fonte: Blog da Embaixada
Escrito por Fabiano Maisonnave
Fabiano Maisonnave é repórter da Folha que se encontra dentro da Embaixada Brasileira em Honduras desde o início da ocupação da embaixada por Zelaya e seus seguidores.

"Tenho evitado descrever episódios pessoais, mas o incidente da tarde de ontem é mais um exemplo de que a embaixada brasileira em Tegucigalpa, há quatro semanas abrigando Manuel Zelaya e seus “acompanhantes”, se encontra em uma situação administrativa pra lá de anômala e não deveria permanecer como está por mais tempo.

Como é de praxe, aos domingos familiares de Zelaya (e apenas dele) visitam a embaixada. Na saída, também como é de praxe, fui até o portão para ver se haveria constrangimentos na hora da sempre rigorosa revista. Estavam de saída a mãe de Zelaya, a sogra, a filha e uma neta de 4 anos de Zelaya.

A revista geralmente é feita bem diante do portão da embaixada. Nessas situações, os jornalistas ficamos acompanhando da calçada _pela regra dada pela polícia, ainda é “território brasileiro”. Desta vez, no entanto, o ponto era uns poucos metros mais para baixo, no meio da rua, bloqueada para veículos.

No mesmo instante, a cerca de 20 metros do portão, o padre Andrés Tamayo celebrava, na garagem, uma missa com a presença de Zelaya.

Como os leitores têm acompanhado aqui, há um crescente cerco policial-militar à embaixada, e a saída dos familiares era, a meu ver, jornalisticamente relevante.

O problema é que o “porteiro” da embaixada, Mario Irias, um ex-militar que trabalha para Zelaya, queria trancar a porta, mas eu disse para esperar até que a revista terminasse. Ele não me fez caso: simplesmente fechou a porta da embaixada comigo do lado de fora, a passos de alguns policias e militares que assistiam à cena.

Foi preciso que eu forcejasse até reabrir a porta, que é de correr. Na discussão, eu disse a ele que não poderia fechar a porta da embaixada brasileira a um cidadão do país sendo que nem sequer é funcionário.
“Estou cumprindo ordens”, disse. “Ordens de quem?”, perguntei a ele, três vezes, sem ouvir resposta.

As ordens, claro, não vieram do diplomata Lineu de Paula, o enviado do Celso Amorim. São de Zelaya e de seus “assessores de segurança”.

Obviamente, De Paula discordou e foi pedir explicações a Irias, que se justificou afirmando que Zelaya estava perto da entrada _argumento razoável, mas que ele não usou comigo, apenas me deixou do lado de fora.

Irias sabe que me colocou em situação de risco: poderia facilmente ter sido preso por um dos policiais e militares a poucos metros de mim. As pessoas que a conta-gotas deixam a embaixada só o fazem na presença de um promotor do Ministério Público, que vem com hora marcada.

O problema de fundo de tudo isso é que, embora De Paula tenha a palavra final sobre o que ocorre na embaixada, seu subordinado se resume a um guarda de uma empresa privada de segurança. Já o “batalhão” de Zelaya tem 36 pessoas. São eles, e não o pessoal da embaixada, os encarregados da limpeza, da distribuição dos quartos e dos banheiros e, principalmente, da segurança (os guarda-costas de Zelaya entregaram um pequeno arsenal de 17 armas à embaixada, que as mantém numa sala fechada).

É gente demais por tempo demais _ são 28 dias hoje que Zelaya e seus seguidores tomaram a embaixada.

Amorim já disse e redisse que o “hóspede” Zelaya pode ficar por tempo indeterminado. Mas, e os demais 36, são o quê? E por quanto tempo?

Não tem havido relatos de perseguição do lado de fora para quem já saiu _esta embaixada já suportou 313 pessoas dormindo aqui, nos primeiros dias. Conversei com duas pessoas que deixaram a casa há semanas, e ambas estão bem.

A embaixada precisa voltar a funcionar e precisa de seus funcionários. Há uma comunidade de cerca de 500 brasileiros aqui, e uma desnecessária decisão do governo brasileiro agora obriga os hondurenhos a tirar visto para viajar ao Brasil.

Se o acordo não sair hoje, já passou da hora de repensar essa hospedagem.

PS: na foto acima, um cartaz colocado pela segurança de Zelaya na entrada de metade do andar de cima da embaixada".
Lula abriu mão de nossa soberania em Honduras. Os cidadãos brasileiros são mal tratados pelos "hospedes". O Ministério das Relações Exteriores do Governo Lula privilegia os estrangeiros que ocuparam nossa embaixada em detrimento aos cidadãos brasileiros.
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Nossos senadores e deputados se calam diante de tanta falta de respeito aos cidadãos brasileiros no exterior e dentro da representação diplomática do Brasil.
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REAJA, BRAVA GENTE BRASILEIRA.

2 comentários:

Airton Leitão disse...

Isso é revoltante! É muita subserviência do Governo de Lula aos "hermanos" bolivarianos comandados por Chávez.
Pior é que fatos como esse precisavam ser divulgados pela grande mídia, que parece estar totalmente comprada pelas polpudas verbas de publcidade governamental. Afinal, são milhões re reais...

Rejane (Mel) disse...

Esse Fabiano vivia apoiando o Zé Laia em seu blog (criado pela Folha pra contar o "lado" do macaquinho de Chávez).
Agora tá sentindo na pele quem é o verdadeiro golpista e usurpador.