segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Continuidade do que?

Tenho ouvido muitas pessoas dizerem que a eleição de Dilma Rousseff significa continuidade do governo atual, mas continuidade de que?

Relembrando o passado recente, verificamos que o grande salto que o Brasil deu em termos de estabilidade econômica e avanços sociais, se deu com o Plano Real, instituído por Itamar Franco e FHC, em 1994 porque derrubou a inflação de índices de até 83%ao mês, para os atuais 5% ao ano.

Este plano, inicialmente tão combatido por Lula e o PT, continuou com o governo FHC e o governo Lula, tanto que em 2002, Lula divulgou uma carta a nação se comprometendo a manter o Plano Real e suas conquistas. Cumpriu sua promessa ao indicar como Presidente do Banco Central do Brasil, com a incumbência de dar continuidade ao Plano Real, o banqueiro e deputado federal do PSDB, Henrique Meireles, que continua no cargo até os dias de hoje.

No campos social, Lula deu continuidade aos programas sociais iniciados em governos anteriores, unificando-os com o nome de Bolsa Família.

No campo das obras, fez a mesma coisa, unificando obras governamentais já em execução e planejadas por governos anteriores com o nome de PAC.

Os avanços conquistados pela economia brasileira estão consolidados e independente de quem assumir o governo, não serão mudados. O mesmo se dá com os avanços sociais conquistados e em andamento. Portanto, qualquer um. e não só Dilma, darão continuidade aos avanços economicos e sociais já em andamento bem como a novos avanços.

Resta portanto a continuidade do que é negativo no governo lulo petista, ou seja:

a) A falta de comportamento ético por parte do governo

b) A corrupção institucionalizada e generalizada que tomou conta de nosso amado Brasil

c) A impunidade dos chamados crimes de colarinho branco, praticados por políticos.

d) A falta de respeito as nossas leis e constituições, que já renderam a Lula e a Dilma mais de seis condenações

e) A continuidade dos mensalões e troca de favores por apoio político no congresso nacional

f) A implantação de leis abomináveis como a descriminalização do aborto, a regulamentação da profissão de prostituição, a lei da homofobia, a censura a imprensa e a liberdade de expressão e outras mais descritas no programa de governo do PT e no Plano Nacional de Direitos Humanos.

g) Continuação da aliança com o que há de mais podre em nossa política, como a aliança com políticos notoriamente corruptos como José Sarney, Newton Cardoso, Paulo Maluf, Renan Calheiros, Fernando Collor de Mello, Jader Barbalho, Roseana Sarney e tantos outros.

Não é este o tipo de continuidade que queremos para o Brasil. Pelo contrário, o que todo o cidadão honesto deseja é o fim destes desmandos.

2 comentários:

Ricardo Froes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ricardo Froes disse...

Eu diria, Laguardia, que o pouco que o Brasil ainda avança hoje, o faz apesar do Lula e não por causa dele.

Há oito anos, o atual governo herdou de FHC uma estrutura sócio-econômica prontinha para que se desse um grande salto, apesar da insanidade dos petralhas em chamar o belo presente de “herança maldita” ou acusar uma inflação galopante inexistente, como vociferou O Poste recentemente.

E o que fez Lula, tomado por desvarios populistas e deslumbramentos com o poder, além de ter conseguido a proeza de piorar o que ainda era ruim e estragar o que era bom?

Meirelles no BC é apenas um motorneiro de bonde que não sai dos trilhos do Plano Real nem por decreto. É um seguidor ultra-ortodoxo das teorias econômicas do governo anterior, as quais não mudou uma vírgula. Acontece que a fila andou e Meirelles não viu ou não quis ver, até porque a sua situação de ministro da Fazenda dos bastidores não lhe permite atropelar Mantega, o fantoche que é o ministro pró-forma. Oito anos se passaram e muita coisa mudou no mundo - na economia principalmente - e como tudo, o Plano Real já precisa de uns ajustes faz tempo, aliás, à época, já previstos por Pedro Malan.

Alie-se a isso um Legislativo totalmente inoperante e incapaz de legislar sobre determinadas matérias, por ignorância coletiva e falta de vontade política, o que faz com que as leis econômicas, trabalhistas e tributárias sigam cada vez mais anacrônicas. O resultado disso é uma capacidade de progresso cada vez mais limitada, o que já nos levou, neste ano, a voltarmos a exportar mais matéria prima do que manufaturados, uma regressão nada desejável e nem compatível com o nosso potencial.

Estas são apenas as causas mais básicas do caos que nos aguarda. E se levarmos em conta as centenas de milhares de nomeações para cargos públicos, os déficits nas previdências, os superfaturamentos do PAC, entre outros, não vamos ter que esperar muito