A presidente Dilma Rousseff assinou nesta semana a lei que institui a Comissão da Verdade. Esta comissão será composta por sete membros com a finalidade de investigar crimes ocorridos durante o tempo das ditaduras no Brasil.
Das ditaduras sim, pois não se limita, pelo menos teoricamente, ao período do último governo militar iniciado em 1964.
Será que vamos conseguir uma comissão que estude e divulgue com toda a isenção a verdade ocorrida durante estes períodos?
Imaginemos uma comissão da verdade instituída para estudar os crimes cometidos durante o governo nazista na Alemanha nos campos de concentração composta por neo nazistas. Teríamos a verdade nua e crua? É claro que não.
Imaginemos a mesma comissão constituída por ex-prisioneiros dos campos de concentração. Será que teríamos uma verdade sem viéz? Acredito que não, por mais que eu seja solidário com os judeus que foram perseguidos e mortos pelos genocidas nazistas.
O mesmo ocorre com a comissão da verdade no Brasil. Quem comporá a dita comissão? Militares da época? Se assim for não teremos a verdade transparente que tanto o povo brasileiro almeja.
Pessoas que foram presas e perseguidas pelo governo? Certamente também não teremos uma verdade transparente sem viés ideológico.
Assim como os militares terão a tendência de não divulgar torturas nos cárceres, os antigos perseguidos terão a tendência de não divulgar a sua intenção de estabelecer no Brasil um regime ditatorial semelhante ao de Cuba, nem tão pouco divulgar os justiçamentos e assassinatos de civis inocentes.
De que servirá então a comissão da verdade se já nasce sob suspeita?
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