A bem da verdade

Alguns fatos históricos em passado desapercebidos, principalmente por aqueles que não viveram os anos 60 e 70 ou que eram muito novos e não acompanhavam o dia a dia dos acontecimentos no país. Esta pessoas só têm notícias do que aconteceu através dos livros e de professores, que muitas vezes só contam uma versão dos fatos, se esquecendo que toda a moeda tem dois lados.

Não quero aqui negar que o presidente João Goulart foi forçado a abandonar o poder.

No entanto, quando foi deflagrado o movimento militar em 31 de Março, João Goulard foi para Porto Alegre, onde seu cunhado Leonel Brizola era governador, e se dispunha a resistir ao movimento militar.

Vendo que isto não era possível, João Goulart se asilou no Uruguai. O Congresso Nacional então tendo como base a constituição de 1946, epossou como Presidente da República Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados, já que Goulart era vice presidente e exercia o cargo de presidente em lugar de Janio Quadros que havia renunciado.

Em 15 de Abril de 1964, Humberto de Alencar Castelo Branco foi eleito, pelo Congresso Nacional, presidente da república para cumprir o mandato iniciado por Janio Quadros, ainda de acordo com a Constituição de 1946.

Teve seu mandato prorrogado, pelo Congresso Nacional, por um ano, ao final do qual foi substituido por Costa e Silva, também eleito pelo Congresso.

O movimento militar, a princípio, tinha como objetivo por a casa em ordem e devolver o poder aos civis o mais rápido possível. Por uma série de razões isto não foi feito, e uma série de Atos Institucionais acabaram por trnasformar o Brasil em uma meia ditadura.

Por que me refiro a uma meia ditadura? Porque continuávamos tendo eleições, e apesar dos partidos políticos terem sido aglutinados em apenas dois, um era de oposição. A outra questão é que muitos deputados foram cassados, é verdade, mas hoje até um senador está propondo o fim do congresso.

Os governadores eleitos pelo partido de oposição, e aqui em Minas foi Israel Pinheiro, realmente desagradaram os militares, que instituiram um Ato Institucional, tornando a eleição de governadores também indireta. No entanto, Israel Pinheiro e os demais governadores do MDB completaram seus mandatos.

Ao compararmos a ditadura militar no Brasil com a de Cuba notamos as seguintes diferenças.

1. Fidel Castro prometeu eleições livres e democráticas - Há 50 anos o povo cubano espera por ela.

2. Em Cuba há um partido único e candidato único por cargo. Em nossa ditadura havia oposição, mesmo que controlada, com dois patidos.

3. Em nossa ditadura os opositores do regime eram muitas vezes presos, julgados, condenados a pena de cadeia e depois soltos. Houve sim torturas, não nego e isto foi errado. Já na ditadura cubana eram condenados a pena de morte e sumáriamente executados.

4. Houve, e continua havendo, mais assassinatos de opositores ao regime em Cuba do que houve no Brasil (novamente estou afirmando que as torturas e mortes ocorridas fora de combate no Brasil não se justificam).

Pelos motivos expostos acima, o atual governo Brasileiro, que tanto sofreu com a ditadura, deveria ser inimigo ferrenho do regime de Cuba. No entanto isto não acontece. Para o PT e seus aliados a ideologia marxista está acima dos ideais de liberdade e democracia.