Participação popular

Matéria Reproduzida do Blog da Magui http://somagui.zip.net/

Embora tenha havido quem fosse contra a criação do canal de televisão do governo federal , eu acho que foi bom. Afinal, podemos ver cerimônias , inaugurações e discursos que não veríamos em outro lugar.

Esta semana foi transmitida uma reunião da Secretaria Especial dos Direitos Humanos cujo secretário é Ministro, pelo status de ministério a que foi glorificada a secretaria. A reunião versava sobre a formação ou composição de um Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana(!). Discutia-se a composição desse conselho. Em vez de haver apenas representantes da sociedade civil, havia a proposta de ter representantes da magistratura e do ministério público.

Mas o que eu quero destacar e comentar com vocês é a forma da condução da reunião pelo Ministro , Prof.Paulo Vannuchi. Ele deixava o pessoal manifestar-se desde que o glorificasse ou pedisse desculpas por falar.

Duas moças representavam grupos da sociedade civil, sem vínculo com o poder e ambas questionaram o ministro. Fizeram exposição com segurança e de forma livre e foi o que bastou para ele interromper, chamar a atenção delas e , após, ignorá-las, ficou a conversa apenas entre os homens, todos amigos do rei.

Eu já participei de reuniões desse tipo como representante de movimento popular e deu para perceber o que eu avaliava naquele tempo: os participantes da sociedade civil, de organizaçãoes sem vínculo partidário são meros instrumentos de legitimação do discurso em que contaria esta participação. Na verdade o autoritarismo e a vaidade manteem a linha de decisão nos trilhos dos representantes oficiais. Note-se que não estavam presentes sequer os representantes da magistratura e do MP. Estes sim , a pose em pessoa e que não permitem nenhum aparte à suas idéias e inteligência formalizada e sedimentada nas teorias dos livros.

É por este motivo que a participação popular é pequena. Ninguém tem paciência para ser destratado por chefetes autoritários que não sabem ouvir e não respeitam os apartes que, mesmo em tese, o contradizem. Esse pessoal só respeita quem lhes seja um suposto cabo eleitoral carreando-lhe votos, ou alguém que lhes dê suporte na vaidade e na função.