Ricardo Froes disse...
Eu acho que fiquei sozinho nessa guerra do Alemão. Discuti com dois dos meus filhos, com dois dos meus melhores amigos e com uma porção de gente das mais variadas classes e ideologias, até mesmo com militares, e constatei que, ao contrário de mim, todos estão meio que embevecidos com esse súbito patriotismo que juntou Polícias e Forças Armadas para acabar com a farra de meia dúzia de borra-botas que respondem pelo tráfico de drogas em um aglomerado de favelas.
Que maravilha! Hastearam a Bandeira do Brasil no topo de uma favela, tal e qual nossos pracinhas da FEB fizeram em Monte Castelo, Itália, na Segunda Guerra. Acontece que nessa festa toda só faltaram os convidados principais, que foram filmados pelo helicóptero da Globo, às centenas, indo de uma favela à outra sem serem molestados, para um dia depois sumirem misteriosamente. Uns dizem que eles ainda estão na favela, escondidos, outros que fugiram pelas instalações pluviais do PAC até a favela do Engenho da Rainha, coisa meio impossível, já que, no meio do caminho tem o rio Faria-Timbó.
É claro que eu não vou negar que, para os moradores do “complexo”, a invasão e retomada da favela foi um excelente negócio. Ninguém merece ter em sua vizinhança um exército de traficantes assassinos, mas o busílis é que está mais que claro que esses pés-rapados não são os principais responsáveis pela quantidade de drogas que entra na cidade. Tem gente muito graúda por trás disso tudo, de políticos a juízes. Se a Receita Federal fosse usada, não com objetivos políticos, como de praxe, mas para vasculhar sinais de enriquecimentos suspeitos, muitos desses chefões já estariam atrás das grades.
Outra coisa que me chamou a atenção foi a data escolhida para o início dos ataques dos traficantes na cidade, logo depois das eleições, o que dá para desconfiar de algum acordo entre o poder oficial e o poder do crime que, como se sabe, é coisa corriqueira por aqui.
Por fim, quem também merece uma atenção especial é o público-alvo, consumidor do produto final de uma guerra interminável: os usuários de drogas, principalmente os usuários ocasionais, que respondem por 80% do consumo. Já que se quer fazer a coisa pra valer, vamos acabar com esse negócio de se liberar gente flagrada em consumo ou portando apenas uma pequena quantidade de entorpecentes. Tem que ser cana pra todo mundo, já que, no frigir dos ovos, são eles que sustentam o tráfico.
Quanto aos dependentes, que se faça alguma coisa séria na Saúde, junto com a Segurança, para possibilitar sua recuperação. Ninguém é viciado porque quer.
Essa operação tinha que ter sido feita? Tinha, é claro, mas ela é apenas uma panacéia. Está longe de ser uma solução. Como eu sei que nenhuma providência além da pirotecnia desse tipo de ação vai ser tomada, tenho a certeza que hoje estamos como há um mês e como vamos estar daqui a quatro anos: reféns do crime.
Que maravilha! Hastearam a Bandeira do Brasil no topo de uma favela, tal e qual nossos pracinhas da FEB fizeram em Monte Castelo, Itália, na Segunda Guerra. Acontece que nessa festa toda só faltaram os convidados principais, que foram filmados pelo helicóptero da Globo, às centenas, indo de uma favela à outra sem serem molestados, para um dia depois sumirem misteriosamente. Uns dizem que eles ainda estão na favela, escondidos, outros que fugiram pelas instalações pluviais do PAC até a favela do Engenho da Rainha, coisa meio impossível, já que, no meio do caminho tem o rio Faria-Timbó.
É claro que eu não vou negar que, para os moradores do “complexo”, a invasão e retomada da favela foi um excelente negócio. Ninguém merece ter em sua vizinhança um exército de traficantes assassinos, mas o busílis é que está mais que claro que esses pés-rapados não são os principais responsáveis pela quantidade de drogas que entra na cidade. Tem gente muito graúda por trás disso tudo, de políticos a juízes. Se a Receita Federal fosse usada, não com objetivos políticos, como de praxe, mas para vasculhar sinais de enriquecimentos suspeitos, muitos desses chefões já estariam atrás das grades.
Outra coisa que me chamou a atenção foi a data escolhida para o início dos ataques dos traficantes na cidade, logo depois das eleições, o que dá para desconfiar de algum acordo entre o poder oficial e o poder do crime que, como se sabe, é coisa corriqueira por aqui.
Por fim, quem também merece uma atenção especial é o público-alvo, consumidor do produto final de uma guerra interminável: os usuários de drogas, principalmente os usuários ocasionais, que respondem por 80% do consumo. Já que se quer fazer a coisa pra valer, vamos acabar com esse negócio de se liberar gente flagrada em consumo ou portando apenas uma pequena quantidade de entorpecentes. Tem que ser cana pra todo mundo, já que, no frigir dos ovos, são eles que sustentam o tráfico.
Quanto aos dependentes, que se faça alguma coisa séria na Saúde, junto com a Segurança, para possibilitar sua recuperação. Ninguém é viciado porque quer.
Essa operação tinha que ter sido feita? Tinha, é claro, mas ela é apenas uma panacéia. Está longe de ser uma solução. Como eu sei que nenhuma providência além da pirotecnia desse tipo de ação vai ser tomada, tenho a certeza que hoje estamos como há um mês e como vamos estar daqui a quatro anos: reféns do crime.
Froes, concordo com você 100%. Não demora muito os bandidos estarão de volta nas favelas comercializando suas drogas fornecidas pelas FARC e por Evo Morales, aliados de Lula, e com a segurança das UPP's.
Me lembro que quando morava no Rio e trabalhava na Rua México, era comum ver uma banca de jogo de bicho com um policial ao lado. Também a instrução que recebi de meus colegas de trabalho foi que ao procurar um lugar para morar o ideal era encontrar um local próximo a uma banca de jogo de bicho pois este era o local mais seguro.
Os verdadeiros bandidos estão em Brasília ocupando o congresso nacional e o palácio do Planalto. O resto é raia miuda.
2 comentários:
E os "fregueses" dos "comerciantes" das drogas, que combate?
O que deve ter de colarinho branco desesperado tentando conseguir um pòzinho ou um bagulho. Tô com pena...
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