Transcrito do Blog do Noblat
Brasil 247
Durante todo o fim de semana, só se falou de um assunto nas rodas políticas de Brasília: a reportagem de capa de Veja, que revela que a lobista Cristiana Araújo, funcionária do policial convertido em chantagista Durval Barbosa, manteve relações próximas e perigosas demais com dois figurões do PT: José Antônio Dias Toffoli, ex-advogado-geral da União e ministro do Supremo Tribunal Federal, e Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República.
De acordo com a reportagem, Cristina tinha um caso extraconjugal com Toffoli e levou a ele as fitas gravadas por Durval Barbosa – entre elas, a cena em que Arruda aparece recebendo R$ 50 mil. A partir desta e de outras fitas, a Polícia Federal montou a Operação Caixa de Pandora, que fez com que Arruda passasse uma temporada na Papuda, maior presídio do Distrito Federal, e ajudou a cunhar a expressão “mensalão do DEM”.
Arruda, que tinha aprovação próxima a 80%, perdeu o mandato e seu vice, Paulo Octavio, também renunciou. Passados quase dois anos e meio, o Ministério Público do Distrito Federal ainda não apresentou sequer uma denúncia sobre o caso.
A dificuldade reside no seguinte fato: a fita em que Arruda aparece recebendo R$ 50 mil é de 2006, anterior à sua posse como governador, que se deu em janeiro de 2007.
Durval exerceu o poder, de fato, nos dois governos de Joaquim Roriz, como presidente da Codeplan, onde cuidava dos contratos de R$ 500 milhões/ano com as empresas de informática.
E os procuradores precisam sustentar a tese de que Arruda e Durval comandavam, juntos, um mesmo esquema de corrupção, que desviava recursos do Distrito Federal e alimentava o chamado mensalão do DEM – cujas fitas, ao que tudo indica, também são anteriores à posse de Arruda.
Para colocar ainda mais lenha na fogueira, sabe-se agora que Cristiana Araújo pediu a Gilberto Carvalho que indicasse como chefe do MP-DF uma pessoa de sua confiança, o procurador Leonardo Bandarra.
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