segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Cristianismo e os Direitos Humanos

Quem mistura religião com governo quebra a cara sempre! Afirmação de um leitor.

Esta é uma afirmação de quem desconhece completamente a história universal e os benefícios que o cristianismo trouxe para a humanidade.

John Newton, no século XVIII foi um campeão da luta contra a escravidão. Ele misturou suas convicções religiosas com governo para conseguir a proibição do tráfico de escravos.

Não se pode desconhecer o trabalho de João Wesley, fundador do movimento Metodista para a abolição da escravidão. Os Quakers também desempenharam um papel fundamental na luta contra a escravidão.

Não podemos nos esquecer da Igreja Anglicana na África do Sul para acabar com o regime de segregação racial.

Isto só para mencionar a influência do cristianismo na libertação dos escravos. 

Transcrevo um artigo do site DHnet sobre o Cristianismo e os Direitos Humanos:

Jean-François Collange mostra que, fundamentalmente, o traço de união indissociável entre Cristianismo e Direitos Humanos resulta de que o valor do homem diante de Deus não está nem na cor de sua pele, nem no seu sexo, nem no seu estatuto social, nem muito menos na sua riqueza, mas no fato de que em Cristo, ele é aceito como filho de um mesmo Deus

Isto de cada, um, de sua parte, reconhecer-se como filho de um mesmo Pai conduz a uma fraternidade autêntica, base dos Direitos Humanos. O autor que citamos é professor de Teologia Protestante da Universidade de Strasbourg. Ele tece essa linha de considerações a partir sobretudo da Epístola de São Paulo aos Romanos. Nessa Epístola, Collange vê expressa, de maneira particularmente incisiva, a afirmação da igualdade e da dignidade de todos os homens.

Vejo que não podemos nos esquecer de uma outra passagem, que é também encontrada no Apóstolo Paulo coloca o homem como templo do Espírito Santo.

Esta afirmação é rica de consequências no que se refere aos Direitos Humanos. Como um ser que é templo do Espírito Santo, ou seja, que é morada do próprio Deus, pode ser torturado, pode morrer de fome, pode ficar ao desabrigo, pode ser discriminado? Nenhuma violação dos direitos da pessoa humana será coerente com a proclamação do homem como casa de Deus.

Na linha da mais plena filiação cristã dos Direitos Humanos, colocam-se diversos autores: João de Oliveira Filho (Origem Cristã dos Direitos Fundamentais do Homem), J. E. Martins Terra S. J. (Direitos de Deus e Direitos Humanos), Padre Hubert Lepargneur (A Justiça dos Direitos Humanos), Jacques Maritain (os Direitos do Homem) e Padre Jean-Marie Aubert (Direitos do Homem e Libertação Evangélica).

Gustavo Gutiérrez, teólogo latino-americano, num dos seus livros mais famosos, busca nas fontes mais profundas da ascese cristã as trilhas que podem conduzir à libertação do povo. Argumenta que é no poço da espiritualidade legada pela tradição judaico-cristã que a Teologia da Libertação encontra suas justificações doutrinárias.

Esse poço fundamenta a libertação pela Fé, segundo coloca Gutiérrez.

A nosso ver, esse poço dá transcendente consistência aos Direitos Humanos.
 
Como se pode ver, é falsa a afirmação do leitor.

Um comentário:

José de Araújo Madeiro disse...

Para Laguardia:


Precisamos continuar chutando o ¨Pau da Barraca¨


A Lei da Ficha Limpa está aí. Precisamos de uma articulação, na sociedade civil, para ficar atenta. Tal como a sociedade civil em conjunto com a OAB, afim de acionar o Ministério Público.

Aquí na Paraíba estou praticamente sozinho, mas é uma idéia, a princípio.

Abs; Madeiro.