sexta-feira, 23 de julho de 2010

Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus


01-07-2010 - 11:35
Com esta frase Jesus definiu bem a autonomia e o respeito, que deve haver entre a política (César) e a religião (Deus). Por isto a Igreja não se posiciona nem faz campanha a favor de nenhum partido ou candidato, mas faz parte da sua missão zelar para que o que é de “Deus” não seja manipulado ou usurpado por “César” e vice-versa.

Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César. Vice-versa extrapola da missão da Igreja querer dominar ou substituir- se ao estado, pois neste caso ela estaria usurpando o que é de César e não de Deus.

Já na campanha eleitoral de 1996, denunciei um candidato que ofendeu pública e comprovadamente a Igreja, pois esta atitude foi uma usurpação por parte de César daquilo que é de Deus, ou seja o respeito à liberdade religiosa.

Na atual conjuntura política
o Partido dos Trabalhadores (PT) através de seu IIIº e IVº Congressos Nacionais (2007 e 2010 respectivamente), ratificando o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) através da punição dos deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso, por serem defensores da vida, se posicionou pública e abertamente a favor da legalização do aborto, contra os valores da família e contra a liberdade de consciência.

Na condição de Bispo Diocesano, como r e s p o n s á v e l pela defesa da fé, da moral e dos princípios fundamentais da lei natural que - por serem naturais procedem do próprio Deus e por isso atingem a todos os homens -, denunciamos e condenamos como contrárias às leis de Deus todas as formas de atentado contra a vida, dom de Deus,como o suicídio, o homicídio assim como o aborto pelo qual, criminosa e covardemente, tira-se a vida de um ser humano, completamente incapaz de se defender. A liberação do aborto que vem sendo discutida e aprovada por alguns políticos não pode ser aceita por quem se diz cristão ou católico.
Já afirmamos muitas vezes e agora repetimos: não temos partido político, mas não podemos deixar de condenar a legalização do aborto.(confira-se Ex. 20,13; MT 5,21).

Isto posto, recomendamos a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que
não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais “liberações”, independentemente do partido a que pertençam.

Evangelizar é nossa responsabilidade, o que implica anunciar a verdade e denunciar o erro, procurando, dentro desses princípios, o melhor para o Brasil e nossos irmãos brasileiros e não é contrariando o Evangelho que podemos contar com as bênçãos de Deus e proteção de nossa Mãe e Padroeira, a Imaculada Conceição.

D. Luiz Gonzaga Bergonzini
Bispo de Guarulhos

7 comentários:

José de Araújo Madeiro disse...

Laguardia,

Agora estamos sabendo que nem todos os homens do clero são iguais ao Frei Betto, ao Deputado Federal do PT Luiz Couto da Paraíba e a outros pelegos que defendem o comunismo e andam distribuindo camisinhas, para rapaziada fazer sexo.

Não deixamos de ser catológicos, mas ainda estamos com um ¨pulga atrás da orelha¨, visto a nossa liberdade não ter preço.

Jamais devemos surrupiar um bem do próximo, nem aprovar um atentado a vida humana, em especial de um ser humano indefeso e que nunca nos ofendeu, como de um concepto.

Att. Madeiro

Ricardo Froes disse...

Eu sou radicalmente contra qualquer interferência de qualquer religião na política, mesmo quando essa interferência está do meu lado. Dilma é ruim para o país por um somatório de defeitos e nenhuma virtude, e não porque ela seja contra algum dogma religioso. Quem nos governa não são os deuses – embora muitos se considerem como tal – e sim homens como nós, de diferentes crenças, que podem abrigar diferentes interpretações sobre um mesmo assunto.

Como bem começou Dom Luiz Gonzaga, “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Pena que terminou tão mal, contradizendo-se.

Não é nada saudável para um país que a Bíblia, o Corão, os Vedas, o Bhagavad Gita ou qualquer outro livro religioso seja mais importante que a sua Constituição. Ou será que o exemplo islâmico não basta?

Laguardia disse...

Ricardo

Nao e uma questão de imposição. Mas temos que deixar bem claro qual a nossa posição política condizente com nossas crenças religiosas.

Como cristão tenho obrigação de ser coerente com o que creio e de ser transparente.

Protestante que sou nao concordo com tudo o que D. Luiz escreveu, mas sou contra o aborto livre, a nao ser em certas situações, e tenho a obrigação de deixar bem clara a minha opinião e de nao votar em quem contradiz fundamentos de minhas crenças.

Nao tenho nenhum problema em votar em quem diz ser ateu, já que isto e uma questão de Fe, mas a defesa do aborto e uma questão de tirar a vida ou nao de uma pessoa indefesa e inocente.

Stenio Guilherme Vernasque da Silva disse...

Cada setor, seja ele qual for, deve ter representatividade política hoje em dia.
Todos já tem representatividade e são formadores de opnião. Concordo que devem se pronunciar.
Ainda mais com o proselitismo da CNBB que insiste em apoiar a Esquerda.
Parabéns ao Bispo. Fez sua parte como formador de opnião moral e cultural.
Isso sim é consciência social.
O resto é "politicamente correto".
Quem dera essa atitude fosse Ecumênica...
Agora imagina a IURD e correlatas.
Tenho certeza que a lavagem cerebral feita nos seguidores de Edir Macedo é muito mais intensa que isso, e pode ter certeza que é pró-PT.

Stenio Guilherme Vernasque da Silva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José de Araújo Madeiro disse...

Laguardia e demais amigos,

Devemos ter firmeza de propósitos.

Somos livres e vamos defender nossa liberdade em quaisquer circunstâncias.

Sendo livres, devemos respeitar à liberdade dos outros. O direito de viver, de ser, de opinar e produzir.

Mas o direito à vida é um direito vital, inalienável à condição humana, quando a ninguém a dado direito de cesseá-la.

O aborto é um crime do mais cruel que se pode imaginar ou aquilatar dos dramas humanos, que transcende ás todas normais e racionalidades. È a tremenda estupidez das esquerdas irresponsáveis, das mentes psicóticas e sem escrúpulos, ao criar leis que possa descriminazá-lo. Matar um inocente indefeso nas entranhas maternas, que nada pediu e que ver respeitado o seu direito de viver.

Embora transcendentalistas, devemos respeitar a religiosidade ou não das diversas pessoas. O Estado deve ser laico, democrático, pluralista e respeitar as liberdades e das cidadanias.

Nestas óticas como cidadãos, homens livres e independentes, devemos estar prontos para enfrentar e derrubar o ¨Muro da Ditadura¨ que essa esquerda corrupta tentar construir em Brasília, como fizeram os alemães diante do ¨Muro de Berlim¨.

Att. Madeiro

Ricardo Froes disse...

Eu aceito qualquer posição individual de qualquer um, motivada ou não por uma crença. Só não aceito que algum líder religioso se arvore de mensageiro de Deus e imponha uma posição que pode muito bem não ser a de um seguidor da sua religião.

Volto a insistir que a separação entre Igreja e Estado é fundamental. Espírito e matéria nunca se deram bem.

Outra coisa: eu não disse que sou a favor do aborto e nem toquei no assunto. Eu apenas considero que essa é uma questão que nunca foi bem discutida aqui no Brasil e que não pode ser tratada de maneira reles como o “liberar geral” e nem tampouco dogmática como “o aborto é pecado”.

“Há mais coisas entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia”.