
- Laguardia: José Serra, em seu discurso ontem após reconhecer a derrota, disse: “Minha mensagem de despedida nesse momento não é de adeus, mas com um até logo. Para os que nos imaginam derrotados, devo dizer que estamos apenas começando. A luta continua.” Esse plural majestático não engana ninguém. O que se pode ler nas entrelinhas é que ele ameaça continuar a atrapalhar a oposição com seu discurso conciliador de quem morre de medo de bater de frente com a popularidade do Lula. Tantas fez que conseguiu ser o candidato mais amorfo dessas eleições, perdendo até para o histriônico Plínio. Nem projeto de governo tinha. Hoje, de cabeça quente, não dá para pensar em muita coisa, apenas na necessidade premente de se reavaliar o papel de uma verdadeira oposição, que certamente não é esse que o PSDB e o DEM protagonizaram, rendendo-se ao medo do prestígio popular presidencial e às irrecusáveis ofertas adesistas do governo. A verdade é que, à exceção de um Aécio, de um Álvaro Dias, um Fruet, hoje não há sequer dez nomes em quem se possa depositar confiança. Mas, como eu disse, ainda estamos de cabeça quente e toda essa lenga-lenga pode até soar como choro de perdedor, o que não nos impede de, tal e qual Diógenes de Sínope, continuarmos nossa luta carregando nossas lamparinas até mesmo durante o dia, procurando por um homem honesto que nos represente.