Ricardo Froes disse...
Trecho de um artigo de Ferreira Gullar (Primeiros resmungos de 2010) na Folha de domingo:
Mas não era disso que queria falar. É que me lembrei do conto de Franz Kafka, de um jejuador que, dentro de uma jaula, exibia ao público sua resistência à fome. Centenas de pessoas desfilavam por dia para vê-lo e constatar a sua inacreditável capacidade de jejuar, que se estendeu por semanas e meses, conforme se lia numa tabuleta presa à grade da jaula, em que era anotado, dia a dia, o seu prolongado jejum.
No começo, havia gente que passava a noite em claro, vigiando o jejuador, que nunca foi flagrado comendo nem sequer um biscoito. Mas, com o tempo, como seu jejum tornou-se interminável, as pessoas se desinteressaram dele, que, ainda assim, mesmo sem público, continuou jejuando em sua jaula. Terminou morrendo de fome e, sem que ninguém se desse conta disso, secou e virou pó. Um dia, o faxineiro do circo entrou na jaula, varreu o pó e pôs na lixeira. No lugar do jejuador, puseram uma jovem pantera, que transpirava saúde e voracidade.
E o Zelaya, gente, ainda está na embaixada ou já o varreram?
Um comentário:
Laguardia...
sensacional......
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