Carta da Associação Mundial de Jornais ao Presidente Lula.
Vossa Excelência Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente do Brasil
Brasília, Brasil
10 de agosto de 2009
Vossa excelência
Em nome da Associação Mundial de Jornais e do Fórum Mundial de Editores, representando 18 mil publicações, 15 mil sites e mais de 3 mil companhias em mais de 120 países, expressamos nossa profunda preocupação com a medida judicial que proibiu a mídia de publicar informações sobre uma investigação policial acerca de um servidor público envolvido em corrupção.
No último dia 30 de julho, o juiz Dácio Vieira da Corte Federal de Brasília, ordenou que o jornal O Estado de S. Paulo e seu site parassem de publicar reportagens sobre alegados casos de corrupção de Fernando Sarney, filho do senador e presidente do Senado, José Sarney. O Estado de S. Paulo publicou transcrições de gravações da polícia, que incriminavam Fernando Sarney em casos de corrupção. A medida proíbe que qualquer meio reproduza as reportagens do jornal. O não cumprimento da medida acarreta uma multa de R$ 150 mil.
Gostaríamos de lembrar respeitosamente que a medida judicial de proibir as reportagens se constitui em um caso de censura e é uma clara violação do direito de livre expressão, que é garantido por inúmeras convenções internacionais, incluindo a Declaração Mundial dos Direitos Humanos. O artigo 19 da Declaração diz: "Todos têm o direito de livre expressão e opinião, incluso o direito de ter opiniões sem interferência e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras".
Respeitosamente pedimos a Vossa Excelência que faça tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que esta decisão seja anulada e que seja permitido à imprensa publicar livremente reportagens sobre todos os assuntos de interesse público. Contamos com o compromisso do Sr. Para que no futuro seu país respeite todos os acordos.
Atenciosamente,
Gavin O'Reilly
Presidente da Associação Mundial de Jornais
Xavier Vidal-Folch
Presidente do Fórum Mundial de Editores
Como disse um leitor da Folha de São Paulo, estão pedindo a raposa que toma conta do galinheiro que não coma as galinhas.
4 comentários:
Homem nenhuma deve defender a censura à imprensa. Democracia é ter imprensa livre.
O lider que não quer ser julgado, não tem espírito para exercer um cargo público, particularmente eletivo.
Temos que combater o corporativismo de qualquer profissional, acima das leis.
O pior é ter jornalista que chantagea a notícia, dividindo à imprensa e recebendo dinheiro de políticos desonesntos. Ter muito cuidado por que um executivo corrupto sempre encontra formas para calar parte da imprensa, não na sua totalidade.
Mas, como cidadão, eu, como pessoa, se for caluniado por um jornalista, ele terá que comprovar suas denúncias perante à justiça.
Att. Madeiro
Laguardia : Mr. Gavin deve estar assustado com o ocorrido ,pois demonstra claramente as intenções do presidente ,e mostra também que a corrupção atingiu o Judiciário de forma inegável.Abraços
Assinamos embaixo. È uma decisão tâo absurda,q a Imprensa Internacional está estarrecida c/ o inusutada ocorrência.(Equipe).
Pois é! Ouvindo "Blowin'in the Wind" com Bob Dylan estou no giro diário pelos meus blogs preferidos. Já passei pelo Cachorro Louco, e agora aqui. Uma dúvida me atormentará enquanto sorvo um cálice de "Don Ziero", um vintage clássico da Vinícola Cordelier: que adianta enviar uma carta para o Lula se ele não sabe ler direito (analfabeto funcional)? e pior, se orgulha disso!
Embora comente pouco, a visita é diária. Abraços! ZB
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