Sem Paixão

O assunto Petrobrás sempre desperta discussões apaixonadas, onde se envolve muito mais a emoção do que a razão.

Por décadas no Brasil, o assunto vem sendo tratado de forma emocional, desde os primeiros contos de Monteiro Lobato.

Parece que é um pecado mortal se falar em privatização da Petrobrás. Geralmente os argumentos são apaixonados e descambam para o irracional e até para insultos gratuitos.

Por que defendo a privatização da empresa?

Defendo a privatização da Petrobrás como de qualquer outra empresa estatal porque não acho ser função do governo administrar empresas. O foco da ação governamental deve estar dirigida a justiça social e ao bem estar do povo.

As estatais, sob qualquer governo, sempre têm sido usadas como moeda de troca para apoios políticos e fonte de corrupção e financiamento ilegal de campanhas eleitorais.

O argumento de que o petróleo é estratégico para o Brasil é um argumento que não se sustenta. Os lençóis de petróleo não podem ser movidos de um continente para o outro. Qualquer empresa que for explotar petróleo o fará naquele local, dentro do território brasileiro e sob o controle do governo brasileiro. O mesmo acontece com o minério de ferro, ou manganês, ou diamante seja lá o que for.

A telefonia também é uma atividade estratégica. Foi privatizada e trouxe enormes benefícios para o Brasil e principalmente para o povo brasileiro. Hoje existe quase que uma linha de telefone celular para cada cidadão. As linhas pré pagas permitem que até o mais humilde cidadão tenha acesso a uma linha telefônica.

Já com a estatal do petróleo, os preços que pagamos por nosso combustível que não é lá de tão grande qualidade é maior do que de muitos outros países, mesmo da América do Sul. E isto não se justifica.

Mas o pior de tudo é que a população está sem atendimento médico adequado através da rede pública, a educação pública tem piorado de qualidade a olhos vistos, a segurança pública nem se fala e a seguridade social é um problema muito sério, principalmente com o envelhecimento da população.

Outro argumento é que uma função do governo é a de fiscalizar as empresas e certificar-se de que estão cumprindo a legislação do país. Vejam o que ocorreu recentemente, a Secretária da Receita Federal demitida por ter multado a Petrobrás por uma ação considerada ilegal pela Receita Federal.

O que aconteceria se a empresa fosse particular? A Secretária certamente não seria demitida e o caso seria decidido na justiça.

Este é um assunto muito longo. Estes são meus comentários por agora.