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Discursos não pagam as contas
Transcrito do Blog do Alon
Por que foi um ano perdido? Lula manejou mal as variáveis. Deixou o BC praticar juros reais estratosféricos enquanto o mundo corria para taxas negativas
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Os números medíocres do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, divulgados ontem, fazem concluir que 2009 foi mesmo perdido para a economia brasileira. A dúvida é se o PIB deste ano vai crescer uma merrequinha, ou cair uma merrequinha. Agora, a estatística do IBGE permite finalmente um juízo objetivo sobre o discurso presidencial de que “o Brasil foi o último país a entrar na crise e o primeiro a sair”. Era mesmo só discurso. Vazio. Azar de quem acreditou. Ficou com cara de tacho.
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Em maio, escrevi que o governo adotava uma estratégia de comunicação eficaz. Como estatísticas sempre descrevem o passado (ainda não inventaram estatísticas sobre o futuro), bastava martelar que “o pior ficou para trás”. Como havia 100% de probabilidade de um dia o pior ser efetivamente deixado para trás, a expressão tinha também 100% de chance de se encontrar com a realidade, um dia.
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O malabarismo verbal das autoridades econômicas ao longo de 2009 é um portento. Um capítulo especial na retrospectiva do ano deverá ser dedicado às previsões flutuantes do ministro da Fazenda. Houve para todos os gostos. Mas o mistério mais recente são os dados do Caged, cadastro de empregados e desempregados organizado pelo Ministério do Trabalho. Segundo o Caged, a criação líquida de empregos este ano girará em torno de 1 milhão. Ano passado, com a economia crescendo 5%, foi de 1,5 milhão.
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Não parece haver aí alguma inconsistência? À primeira vista, ou a criação de empregos em 2008 foi subestimada, ou a de 2009 está sendo superestimada. Ou então precisamos avisar em Copenhague que descobrimos a fórmula mágica para combater o aquecimento global sem sacrificar o desenvolvimento social: o pessoal do Caged deveria ir à Dinamarca e explicar a receita brasileira para criar empregos aceleradamente numa economia estagnada.
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Por que 2009 foi um ano perdido para o Brasil? O resultado era inevitável diante da crise? Não. Luiz Inácio Lula da Silva manejou mal as variáveis. Deixou o Banco Central solto para praticar juros reais estratosféricos enquanto o mundo corria para taxas negativas. Assiste passivamente a um Henrique Meirelles que age como se fosse Nero em Roma, tocando a harpa da “ameaça inflacionária” enquanto o real sobe a ladeira e fecha as portas às exportações brasileiras.
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Mas Lula deve saber o que faz, já que agora pensa inclusive em colocar Meirelles como vice de Dilma Rousseff. Para — quem sabe? — adoçar a boca da turma do cassino. Por que mudar uma fórmula vencedora? Por que mexer em time que está ganhando? Na pista da esquerda, paralisa-se a oposição tucano-democrata com discursos que evocam a superação do “neoliberalismo”. Na da direita, pratica-se a mais perversa e elitista política de crédito do mundo. Enquanto isso, o presidente vai controlando a situação com discursos diários, às vezes mais de um por dia.
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Pena que os trabalhadores e os empresários não possam pagar suas contas usando os discursos de Lula como moeda.
Um comentário:
Os milhões de brasileiros que renovaram seus moveis e eletro domésticos ou mesmo compraram a primeira geladeira nova discordam das bobagens que vc diz.
Os que trocaram de carro ou mesmo compraram o primeiro carro zero acham que vc é retardado.
Os muito pobres mesmo, mas que não passam mais fome não pensm nada porque não leram o que vc escreveu,vão votar na Dilma e ponto!
Eu apenas acho que vc é mal intencionado e distorce os fatos por desespero de quem sabe que perdeu...
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