quarta-feira, 9 de maio de 2012

A Igreja e a Política por Airton Campos

A IGREJA E A POLÍTICA

Sei que muita coisa tem sido escrita sobre este tema, mas nós como membros da igreja e cidadão brasileiros temos um compromisso com a vida política do país e devemos ser o mais atuantes possíveis.

Cabe a Igreja como instituição orientar seus membros para o exercício pleno da cidadania, dentro dos princípios defendidos por ela.

Pouco tem sido feito no sentido desta orientação talvez porque ela ocorra somente em período eleitoral e se procura fugir de semelhança com orientação político-partidária.

A Igreja precisa levantar sua voz profética diante dos problemas nacionais junto ao povo e aos governantes.

Somos acossados diariamente com notícias de corrupção e de projetos de lei que são claramente contra os princípios da Igreja e ela se cala diante de tudo isto.

É preciso que a Igreja Metodista mesmo sendo pequena diante do universo dos evangélicos marque uma presença mais efetiva na vida política do país, do estado e do município, sem partidarismo ou indicações de candidatos como fazem outras igrejas.

Há doze anos, em 26-4-2000, a COREAM aprovou proposta para a criação de uma Assessoria de Ação Política e Governamental “como o objetivo de intermediar as ações da igreja com os Governos Municipais, Estadual e Federal, e, coordenar os possíveis candidatos comprometidos com o cristianismo através da Igreja Metodista, procurando orientá-los num projeto único de igreja, com vistas a se tornarem facilitadores da efetivação da proposta metodista para construção de um mundo melhor;  ..... divulgar no âmbito da Igreja os nomes dos/as candidatos/as metodistas e orientação sobre a ação política e responsabilidade dos membros.”

Não sei como, e se esta Assessoria funcionou, ou funciona.

O fato é que nas duas ultimas legislaturas os deputados federais metodistas do Estado do Rio, apoiados de maneira ostensiva por autoridades da Igreja, tiveram seus nomes envolvidos em corrupção na área da saúde. Ver a revista Veja de 4-4-2012, página 70.

Sei perfeitamente que acusações caluniosas são feitas para atender outras demandas escusas, contudo a Igreja aguarda as explicações do deputado ou das autoridades que o apoiaram, bem como a informação das medidas jurídicas tomadas contra a possível difamação.

Não podemos esquecer a sabedoria popular que declara que quem cala consente.

Para uma reflexão sobre o assunto, transcrevo a seguir trechos da coluna de Miriam Leitão no O Globo do dia 6 de maio.

O MAL FEITO A NÓS

“Os escândalos passam pelo noticiário numa procissão infindável, uma cachoeira de escândalos. Tenebrosas transações vão surrupiando recursos públicos, esgarçando a confiança nas instituições, consolidando a sensação de que os políticos são assim mesmo; todos iguais.”

“A imprensa é apenas a mensageira da notícia. Ela divulga. Não é responsável pelo ambiente de cansaço e apreensão diante de tanto fato que ofende o país.”

“Cada evento tem que ser apurado, e seus responsáveis punidos.”

“Na economia, a corrupção é devastadora. O que normalmente se tem em mente é o volume de recursos desviados dos cofres públicos através das estratagemas de sempre: empresas fantasmas que não prestam o serviço para o qual são pagas; sobrepreço na compra de bens e serviços pelo governo; compras aprovadas por políticos e funcionários que recebem a sua parcela do dinheiro sujo.”

“Tudo isso desanima. Abate. Confunde. O brasileiro honesto diante de tanta recorrência pode achar que é assim mesmo, é da natureza política. Pode considerar que o melhor é aderir a esse padrão moral nas suas próprias relações.”

“A generalização, a perda de valores, ou a alienação, qualquer dessas reações é perigosa para o país .... porque a conclusão pode ser: se todos os políticos são iguais, melhor não tê-los.”

“A democracia corre riscos evidentes a cada nova pancada que a opinião pública recebe. A economia vai se viciando, encontrando os atalhos, perdendo sua eficiência, atraindo apenas os piores, os que sabem se movimentar em ambiente tão degradado.”

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que os pastores e as igrejas não devem indicar em quem votar,mas sim em quem não votar,baseado no histórico do candidato e de seu partido.