Quando os Assassinos não pagam por seus crimes

Wenceslau Ramalho Leite saiu de casa em seu carro, dirigia pelo Boulevard 28 de Setembro em Vila Izabel no Rio de Janeiro.
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Ia talvez pensando no fim do ano que se aproximava. Era o dia 25 de Outubro de 1968. Poderia estar pensando em sua família e em seus ente queridos.
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Fazia planos para o futuro? Alguma coisa o preocupava?
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Era um cidadão comum que como qualquer um de nós dirigia calmamente por uma avenida principal do bairro, imerso em seus pensamentos, sem preocupação aparente.
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De repente, como surgindo do nada, dois homens armados o abordam, são eles, Fasuto Machado Freire e Murilo Pinto da Silva.
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Quatro tiros de uma pistola Luger 9mm acabam violentamente com todos os sonhos e esperanças de futuro de Wenceslau Ramalho Leite, que tomba mortalmente ferido.
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Mais uma vítima da violência insana. Qual o crime que teria cometido para sofrer esta morte tão brutal? Dirigia um carro que os assassinos precisavam para assaltar um banco. Motivo torpe e vil.
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Fico pensando em Fausto, garoto inteligente e esperto que brincava nas ruas pacatas de Coelho Neto, filho de professora, Dona Maria da Gloria Freire que ensinava as primeiras letras a muitas crianças. Seu pai era conhecido como Dr. Jurandir, não sei bem o motivo do título de Doutor, mas provavelmente por ter algum curso superior. Naqueles anos de 1956 um com o curso superior era doutor. O que o teria levado a ceifar a vida de um inocente?
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A única coisa que sei é que tal e qual tantos criminosos de hoje uma vida inocente foi covardemente terminada. Os sonhos e as esperanças de um inocentes tiveram um fim trágico.
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Hoje nosso governo considera Fausto e tantos outros assassinos como heróis. Paga-lhe pensões milhonárias. Heróis de que? Assassinos que lutavam para instituir no Brasil uma ditadura do proletariado no modelo cubano.
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E Wenceslau Ramalho Leite? Este caiu no esquecimento. Vítima de assassinos, terroristas que não tinham nenhum escrúpulo em eliminar um inocente. E para que? Para alcançarem o poder, para poderem dominar outros seres humanos e subjugá-los pela força.