Mentor
da CPI do Cachoeira, que só saiu graças à pressão que ele fez sobre
líderes governistas no Congresso, o ex-presidente Lula pode virar um dos
seus alvos, conforme a coluna Claudio Humberto já havia destacado na última terça (17): o
advogado Rogério Buratti, amigo do ex-ministro Antonio Palocci, afirmou
em depoimento à CPI dos Bingos, em 2005, que em parceria com
"empresários dos jogos" do Rio e de São Paulo, o bicheiro Carlos
Cachoeira teria dado R$ 1 milhão de caixa dois para campanha de Lula em
2002.
O assunto foi retomado neste domingo pelas jornalistas Andreza
Matais e Andréia Sadi, da Folha de S. Paulo. Diz o texto da CPI
dos Bingos: "Rogério Tadeu Buratti afirmou de maneira firme e clara que
o senhor Waldomiro Diniz, representando José Dirceu, arrecadou dinheiro
de 'bingueiros' no Estado do Rio de Janeiro, e ainda da Gtech e do
empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e que o
valor arrecadado por Waldomiro seria algo em torno de R$ 1 milhão."
No
total, segundo o relatório, "empresas de jogos" irrigaram "a campanha do
presidente Lula e o PT" com R$ 2 milhões de reais. "Os recursos
transitaram pelo comitê financeiro da campanha."
Buratti foi secretário
do ex-ministro Antonio Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP).
Waldomiro Diniz, citado por ele, era braço direito do então ministro
José Dirceu, que coordenou a campanha de Lula em 2002. A investigação da
denúncia não foi realizada graças a uma manobra governista que impediu a
quebra de sigilos bancários.
Trancrito do Blog de Claudio Humberto
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