segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Uma Análise do Ponto de Vista Cristão do PNDH -3 - Parte 4

Tema – Governo Militar

Constituição de 1988 - Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
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A mensagem de Nosso Senhor Jesus Cristo é uma mensagem de amor e de perdão. Neste sentido, como cristãos devemos desenvolver nossas atividades e atitudes focando a reconciliação, o arrependimento e o perdão. Não somos dignos do perdão de Deus, mas Ele, por sua imensa graça, nos perdoa e nos limpa de todo o pecado pelo sangue sacrificial de Jesus Cristo.

A lei da Anistia veio garantir a pacificação da sociedade brasileira, anistiando tanto aqueles que praticaram torturas e abusos contra presos políticos quanto àqueles que praticaram atos terroristas ceifando vidas inocentes e provocando dor e sofrimento a centenas de brasileiros
A tentativa de rever a lei da Anistia abre novamente feridas e traz à tona conflitos já superados.

A defesa dos direitos humanos depende de um olhar focado no futuro, sem contaminação dos erros cometidos parte a parte no passado. A posição da Igreja Metodista deve ser de proclamar o arrependimento e o perdão, e uma nova vida em Cristo.

Não podemos nos esquecer da época conturbada em que vivíamos então, da chamada Guerra Fria entre as duas maiores potencias da época, e tanto os militares como aqueles que lutavam contra o regime militar estavam inseridos neste contexto.

Página 158 do PNDH - Fomentar a realização de estudos, pesquisas e a implementação de projetos de extensão sobre o período do regime 1964-1985, bem como apoiar a produção de material didático, a organização de acervos históricos e a criação de centros de referências

Não é possível se realizar este estudo de forma imparcial, transparente e que reflita a verdade dos fatos. Não podemos mais revirar o passado em busca de vingança. O tempo é de arrependimento, perdão e reconciliação.

Página 167 do PNDH - Incentivar a produção de filmes, vídeos, áudios e similares, voltada para a educação em Direitos Humanos e que reconstrua a história recente do autoritarismo no Brasil, bem como as iniciativas populares de organização e de resistência.

Este item do PNDH em nada ajuda a promover a pacificação do Brasil, o arrependimento, o perdão e a reconciliação de parte a parte. Abusos foram cometidos pelos governos autoritários bem como por aqueles que procuravam implantar a ditadura do proletariado no Brasil.

A posição da Igreja Evangélica deve ser sempre em favor das forças que conduzem à vida, e não à morte, deve ser voltada sempre para o arrependimento, o perdão e a reconciliação.

Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Romanos 12: 19

Página 173 do PNDH - Designar Grupo de Trabalho composto por representantes da Casa Civil, do Ministério da Justiça, do Ministério da Defesa e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, para elaborar, até abril de 2010, projeto de lei que institua Comissão Nacional da Verdade, composta de forma plural e suprapartidária, com mandato e prazo definidos, para examinar as violações de Direitos Humanos praticadas no contexto da repressão política no período mencionado, observado o seguinte:......

Seriam examinadas também as violações dos direitos humanos praticadas pelos grupos terroristas que buscavam implantar no Brasil a ditadura do proletariado? Sem que isto seja feito, nunca teremos uma comissão da verdade, mas uma comissão que trabalha na busca da vingança pura e simples.

Novamente afirmo que a Igreja Evangélica e nós, como cristãos, devemos trabalhar em favor do arrependimento, perdão e reconciliação.

Página 175 do PNDH - Disponibilizar linhas de financiamento para a criação de centros de memória sobre a repressão política, em todos os estados, com projetos de valorização da história cultural e de socialização do conhecimento por diversos meios de difusão.

É humanamente impossível se estabelecer uma comissão que seja isenta de influências ideológicas e políticas para se estabelecer a verdade histórica. Estes recursos seriam mais bem empregados nas áreas carentes de saúde pública, educação pública, seguridade social etc.

Página 175 do PNDH - Criar comissão específica, em conjunto com departamentos de História e centros de pesquisa, para reconstituir a história da repressão ilegal relacionada ao Estado Novo (1937-1945). Essa comissão deverá publicar relatório contendo os documentos que fundamentaram essa repressão, a descrição do funcionamento da justiça de exceção, os responsáveis diretos no governo ditatorial, registros das violações bem como dos autores e das vítimas

Este é o maior absurdo deste documento. Reabrir feridas já sanadas de 1937 – 1945! Mais uma vez o PNDH não procura a reconciliação. Busca reacender antigos conflitos, causar desavenças.
Como servos de Cristo, devemos procurar a reconciliação e não o atrito e a desavença.
Página 176 do PNDH - Criar e manter museus, memoriais e centros de documentação sobre a resistência à ditadura

A verdade histórica, que não deve ser escondida, é que a totalidade dos movimentos armados contra o regime militar, bem como o regime militar, faziam parte da Guerra Fria travada entre as duas maiores potências militares da época. Na verdade era uma guerra de uma forma de ditadura contra outra forma de ditadura, e isto não deve ser encoberto. A tentativa de se reacender esta luta não pode prosperar.

Página 176 do PNDH - Desenvolver programas e ações educativas, inclusive a produção de material didático-pedagógico para ser utilizado pelos sistemas de educação básica e superior sobre o regime de 1964-1985 e sobre a resistência popular à repressão.

Página 179 do PNDH - Propor legislação de abrangência nacional proibindo que logradouros, atos e próprios nacionais e prédios públicos recebam nomes de pessoas que praticaram crimes de lesa-humanidade, bem como determinar a alteração de nomes que já tenham sido atribuídos

Quem viveu os anos 1964 – 1985 sabe muito bem que a população estava dividida. Precisamos nos dedicar à união do povo brasileiro em torno de forças que conduzem à vida e não à morte. Não podemos mais retroceder aos anos da Guerra Fria. Temos de cuidar das necessidades do povo mais humilde, focando e direcionando os esforços e recursos para o combate à miséria e a implantação da justiça social em nosso país.

Um comentário:

José de Araújo Madeiro disse...

Laguardia,

Não devemos esquecer que estamos noutra realidade. O mundo avança e o conhecimento soma, mas não retroage.

Embora surjam pessoas que se achem capacitadas para alterar o curso da história, esta é muito dinâmica, é como uma roda viva e de alta energia cinética.

O bem e o mal sempre existirão. O mal jamais será eterno ou um bem terreno que sempre dure, está dentro da relatividade dos fatos e dos interesses. Sómente Deus é eterno. Este é o bem supremo e a ser conquistado por algumas almas humanas e que sempre se voltaram para prática do bem, sobretudo tendo Deus como padrão e meta de vida.

Todavia, essas bestas-fera a nos atormentar diuturnamente e a criar dificuldades, em especial a obliterar a nossa liberdade de ser, de viver, de produzir e construir.

Hoje não teremos mais uma guerra-fria. Acabou-se a bipolaridade política entre homens, continente e nações. Agora é a multipolaridade que se desponta, como no esplenodor das democracias que se descortina no horizonte. A mdemocracia é multipolar e em consonãncia com a riqueza de idéias da mente humana

È o mundo franca e incessante evolução, do conhecimento humano cada vez mais profundo, mais forte e mais resoluto. É cultura que avança, cujo prodígio expandiu-se no ocidente, já que o oriente reluta em aceitá-lo ou estimulá-lo.

Devemos lutar pela multilateralidade, quando o Brasil desempenhará um grandioso papel em benefício da humanidade, sobretudo quando o Brasil será respeitado no contexto internacional, quando essas doidivanas do Foro de São Paulo serão fragorosamente ridicularizadas e menosprezadas como se fosse um aborto da história.

Vamos lutar e vamos vencer, na certeza de que Deus estará conosco!

Att. Madeiro