sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A Visão do Leitor

Anônimo disse....

A moda hoje na política brasileira são aqueles personagens e partidos "independentes". Eles não são de direita, nem de centro, nem de esquerda. Estão com o governo quando "é bom para o país" e, quando "é ruim", eles retiram a ajuda. Fantástico! Só tenho uma pequena dúvida: quem define o que é bom para o país?

Esse discurso de independência já cansou. Já cansou por ser hipócrita, insustentável e inverossímil. O segredo mais mal guardado de Brasília é como o governo consegue apoio no Congresso: distribuição de vantagens, sejam recursos financeiros, sejam cargos, sejam apoios políticos. Sob o comando do PT, essa distribuição de vantagens foi elevada a um novo patamar, que ficou conhecido como mensalão. Nunca antes na história desse país um esquema de corrupção tão grande havia sido operado. O atual escândalo do Ministério do Esporte promete competir acirradamente com o mensalão - isso mostra que a esquerda só é competente e eficiente nas falcatruas.

Além disso, políticos e partidos quando se tornam independentes de ideologias e idéias se tornam independentes também dos eleitores, que votam também nas ideias de seus candidatos, especialmente num sistema proporcional, desenhado para representá-las. Assim sendo, os ditos "independentes" não são independentes do jogo sujo da política, como querem fazer parecer. São independentes dos eleitores, de cada um de nós, os únicos a quem eles deveriam prestar contas e esclarecimentos.

Ter ideologia, ideias, posições bem definidas não é apenas uma obrigação de todo político e partido honestos. É também uma questão de transparência. Quando um eleitor vota num candidato de esquerda ou de direita, ele sabe o que esperar, e sabe o que cobrar. Mas o que esperar de um político que não é de esquerda, de centro nem de direita? O que cobrar dele? Esse discurso de independência nada mais é que um truque de pessoas sem caráter para escapar de qualquer responsabilidade ou cobrança futura.

É saudável para o sistema representativo, para as instituições e para as próprias pessoas que haja, em vez de negociatas de bastidores em troca de apoios parlamentares, um debate claro e aberto de ideias. Mas só pode haver um debate claro, aberto e honesto de ideias onde elas forem claras, abertas e honestas. Assim, quem sabe cada um de nós poderá definir por si mesmo qual caminho acredita ser melhor para o Brasil. E votar de acordo com essa escolha.

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