A expressão sincera do sofrimento

Por: Rev. Marcos Rodrigues Lima

No Salmo 69: 1-3, o salmista clama: “Salva-me, ó Deus, porque as águas me sobem até a alma. Estou atolado em profundo lamaçal, que não dá pé; estou nas profundezas das águas, e a corrente me submerge. Estou cansado de clamar, secou-me a garganta; os meus olhos desfalecem de tanto esperar por meu Deus”.

Estas palavras comoventes vêm de alguém que está em grande aflição. Versículo após versículo, que seguem estes citados, o salmista fala de todos os insultos e inimizades que caem sobre ele. Nada é reprimido ou suavizado. Uma vez mais, vemos a sinceridade do escritor sagrado em sua relação com Deus.

O sofrimento compartilhado é um sofrimento mais fácil de ser suportado. Solidão e isolamento só intensificam a dor. Muitas vezes achamos difícil expor nossos sofrimentos mais profundos para outras pessoas. Nossos sentimentos de vulnerabilidade nos impedem. No entanto, com freqüência somos incapazes de reconhecer inteiramente em nós mesmos o que está se passando sem a ajuda de alguém que possa dividir o problema conosco. Deus pode muito bem estar enviando essa ajuda por meio de nossa família ou amigos, mas também é Possível se dirigir a Ele de forma direta e sincera, como faz o salmista no texto citado acima.

Parte do mistério do sofrimento é a grande variedade de efeitos diferentes que ele tem sobre diferentes pessoas. Todos nós experimentamos em algum grau a aflição que o sofrimento traz, a do e o pesar que ele inflige. No entanto, para alguns de nós  isto resultará em uma em uma redução e atrofiamento da vida, Sociedade Bíblica do Brasil dá a esse Salmo o titulo de “O lamento do Messias”- ou  seja, o lamento do Cristo. Assim cremos que Cristo pode estar ao lado de todos os que passam por grande aflição. Podemos confiar que Ele compreenderá o nosso sofrimento e nos ajudará a conhecer sua compassiva amizade.