quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Brasil "para inglês ver" - Concursos Públicos e Licitações

O Brasil tem uma lei de licitações e as universidades e entidades públicas um sistema para a escolha de fornecedores, prestadores de serviços, funcionários e professores de dar inveja a qualquer país do mundo.

O objetivo da lei é fazer com que fornecedores de entidades públicas, servidores governamentais e professores de universidades sejam escolhidos de forma isenta, sem apadrinhamentos e de forma clara e transparente evitando assim que ocorram protecionismos e conflitos de interesses.
Mas como muita coisa no Brasil, é mais um sistema só "para inglês ver". Na verdade, com nossa inventividade, desenvolvemos um sistema para burlar todo este processo.

Explico:
Suponhamos que uma prefeitura precise de um serviço de consultoria para sinalização de trânsito. Uma consultoria que não vai custar mais de R$80.000,00 no ano e nem mais de R$8.000,00 por mês.

O prefeito deseja favorecer a empresa Sinal Amarelo Ltda. de propriedade do irmão do sogro de sua cunhada. Ele então combina com o proprietário da Sinal Amarelo Ltda que esta apresentará a Prefeitura sua proposta e de mais duas empresas.
A Sinal Amarelo Ltda. combina com a Faixa Amarela e Preta Ltda. e a Placa Vermelha S.A. Cada uma delas apresenta uma proposta inferior a da Sinal Amarelo Ltda.

Abrem-se os envelopes lacrados em ato público, e surpresa, a Sinal Amarelo Ltda. venceu a licitação.
Fato semelhante ocorre com as grandes obras federais e estaduais e as construtoras. Todo mundo sabe da artiminha mas ninguém fala nada. Na época das eleições os partidos políticos serão recompensados com gordas contribuições para os fundos de campanha.

Para a escolha de professores em universidades fato semelhante ocorre. Convidam-se candidatos para prestar o concurso para professor. No entanto todos sabem de antemão que o assistente do presidente da banca examinadora será o escolhido.
Realiza-se o concurso com provas teóricas práticas, exame de títulos, sorteia-se um tema para que todos apresentem uma aula sobre aquele tema. No fim divulga-se o resultado. O assistente do presidente da banca é o que se saiu melhor nas entrevistas e é contratado.

Isto tudo é uma vergonha. Uma verdadeira falta de ética, de princípios e de moral.
Precisamos urgentemente fazer uma limpeza nestas práticas a começar de cima. Caso contrário continuaremos sempre sendo apenas um país sério para " inglês ver", continuaremos com as mesmas malandragens de sempre.

3 comentários:

Sammis Reachers disse...

Olá meu amigo Laguardia, concordo com tudo que foi exposto. E você ainda não citou os casos dos concursos públicos em todos os níveis, onde os apadrinhados têm seu número de inscrição entre os 'aprovados' puxado para cima, para que sempre fiquem com uma vaguinha... Isso acontece do Oiapoque ao Chuí, desde que este chão é República, e ninguém faz nada. Mas afinal, qual deles não tem um, dois (ou 300) sobrinhos?

Com sua licença, vou republicar este texto amanhã no Cidadania Evangélica.

Deus lhe abençoe meu irmão!

Laguardia disse...

Samis

Muito obrigado pela honra de ter meu post publicado no seu blog.

Ghost Writer disse...

Ora caro amigo, estou de acordo com a limpeza sim, mas começando simultaneamente "de cima" e "de baixo", pois estou cansada dessa gente meio sonsa que reclama do governo, mas na primeira oportunidade quer ser beneficiado pela corrupção.
Seja fraudando documentos, omitindo informações e tantas outras coisas que nós cidadões de bem, nem imaginamos.
Temo que por essa razão o PT ainda esteja no poder.
Já não tenho tanta certeza de que o povo é inocente.
Dignidade já.
Para todos