quarta-feira, 16 de junho de 2010

Desmentindo a Candidata Dilma Siliconada Rousseff

Lula e as escolas técnicas

Paulo Renato Souza, Folha de S. Paulo, 15/09/06

NOS SEUS programas eleitorais sobre educação, assim como em encontros com lideranças empresariais, o presidente Lula tem afirmado que o governo Fernando Henrique Cardoso teria proibido por lei a expansão do ensino técnico em nosso país. É pura mistificação.

A lei nº 9.649, à qual se refere o presidente, tratava da expansão da educação profissional, indicando que novas escolas técnicas deveriam ser criadas pela União, sempre em parceria com os Estados, com o setor produtivo ou com entidades não governamentais. Neste segmento comunitário, incluíam-se ONGs, fundações e sindicatos patronais e de trabalhadores que passaram a criar novas escolas técnicas com o apoio financeiro do governo federal.

Foram duas as nossas motivações para promover essas parcerias em vez de simplesmente criar novas escolas técnicas federais.

Primeiro, era preciso garantir uma vinculação maior e mais ágil entre as escolas técnicas e as necessidades sempre dinâmicas do mercado de trabalho local, onde os empregos são efetivamente gerados. Dificilmente essas condições são preenchidas por instituições vinculadas burocraticamente a Brasília.

Depois, era evidente que, em geral, nossas escolas técnicas federais ofereciam um bom curso de nível médio que preparava os filhos da classe média para ingressar na universidade, mas não atendiam às necessidades de formar técnicos de nível médio para o mercado de trabalho.

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) já havia definido em 1996 a educação profissional como um segmento complementar ao ensino básico. Com isso, nosso país deu um passo gigantesco no sentido de criar oportunidades para a obtenção de um diploma de técnico por jovens e adultos que concluíram o ensino médio regular nas escolas públicas ou pela via dos exames supletivos.

Em outras palavras, o ensino técnico passou a atender a quem realmente tinha interesse em obter uma qualificação para o mercado de trabalho -em geral, pessoas oriundas dos segmentos de menor renda. Para apoiar a expansão da educação profissional, buscamos financiamento internacional com um projeto de US$ 500 milhões apoiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Além de criar novas escolas técnicas estaduais e comunitárias, o Proep (Programa de Expansão da Educação Profissional) canalizava investimentos para modernizar as escolas técnicas federais existentes com equipamentos e laboratórios.

Entre 1998 e 2002, aprovamos 336 projetos, dos quais 136 para o segmento estadual, 135 para o comunitário e 65 para as escolas técnicas federais. Desse total, 104 foram concluídos e entregues até dezembro de 2002. Para os 232 projetos restantes, sobravam mais de US$ 150 milhões de recursos do BID e mais a correspondente contrapartida de recursos nacionais a serem utilizados nos anos seguintes. Esses recursos eram suficientes para a conclusão desses projetos e a aprovação de muitos outros.

Inexplicavelmente, o Proep foi bruscamente interrompido a partir de janeiro de 2003. Obras ficaram inacabadas e muitos projetos nem sequer começaram. Em 2004, o governo devolveu ao BID US$ 94 milhões não utilizados. Algumas poucas escolas técnicas foram concluídas graças ao aporte de recursos da iniciativa privada.

Essa situação perdurou até o segundo trimestre deste ano. Foi quando ficou claro aos marqueteiros de Lula que, na campanha eleitoral que se avizinhava, seria difícil sustentar a prioridade para a educação com essa marca tão negativa no ensino técnico.

Assim, tomaram-se 32 projetos daqueles 232 interrompidos que estavam mais avançados e se promoveu a sua federalização, criando novas escolas federais ou novas unidades nas existentes. Isso foi tudo o que o governo Lula fez pelo ensino técnico em seus quatro anos de gestão.

Uma conhecida forma de enganar a opinião pública -muito apreciada por regimes autoritários- consiste em repetir uma mentira constantemente. No futebol, para usar uma metáfora ao gosto do presidente, se diz que a melhor defesa é o ataque. Esses parecem ser os dois pilares de sua estratégia de comunicação nessa campanha eleitoral, como o episódio da propaganda de seus “feitos” no ensino técnico demonstra claramente.

PAULO RENATO SOUZA, economista, foi ministro da Educação no governo Fernando Henrique Cardoso, gerente de operações do BID, reitor da Unicamp e secretário de Educação de São Paulo no governo Montoro.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1509200608.htm

3 comentários:

Ricardo Froes disse...

Estranho Brasil, esse de hoje em dia, em que se “inauguram” escolas feitas por Juscelino há mais de 50 anos, em que se investe em alvenaria – superfaturada – em detrimento do material humano, em que um presidente prega a educação ao mesmo tempo que declara ter azia quando lê e em que a candidata da situação tem que pedir assessoria para mentir sobre o último livro que leu.

Estranho Brasil, esse de hoje em dia, em que a preocupação do atual governo em denegrir o anterior é bem maior que a de construir algo de próprio que não seja o aumento da corrupção, em que quase oito anos perdidos são considerados como vantagem, em que burlar a lei virou motivo de orgulho e em que o próprio presidente faz chacota da Justiça.

Estranho Brasil, esse de hoje em dia, em que há uma candidata à presidência da situação que mente sobre sua própria vida, em que o povo aceita a mentira, em que a Lei não vale para quem governa, em que um partido que sempre pregou a decência é o mais indecente e em que apenas meia dúzia de gatos pingados têm a audácia de se manifestar contra o governo.

Estranho Brasil, esse de hoje em dia, em que, segundo todas as pesquisas, o povo sabe que há corrupção em todos os Três Poderes, mas aprova e reelege os mais renomados bandidos, assim como fez com Lula.

José Sousa disse...

Caros amigos... força aí!
Em 12 de Janeiro eu escrevi em meu blog "Brasil e Venezuela, a caminho do holocáusto"
Vão lá, leiam e deixem seus comentários.

Tudo o que vocês escrevem em vosso blog é real. Eu estou a par do governo desse palhaço! Aliás, isso não se pode tratar de um governo, eles governam é os bolços deles e estão dando rebuçados aos humildes para lhe apanharem os votos. Ele, está a sacrificar os trabalhadores e a dar apoio a quem não quer trabalhar. Se o Brasil, e eu sinto muito, continuar na mão do PT vai bater no fundo e, quem sabe, poderá mesmo acontecer o que aconteceu ao Zimbabwe. Fora com essa corja de corruptos.


www.queriaserselvagem.blogspot.com

Estou torcendo para a derrota desses palhaços do PT.

VERA disse...

Em outras palavras, os demos-tunganos, que sucatearam a escola pública, a educação e a saúde, em SP, quiseram fazer o mesmo com as escolas técnicas, da forma que mais apreciam: PRIVATIZANDO! É só isso que esses incompetentes sabem fazer!